O que é Neurociência ?
Neurociência é o estudo do sistema nervoso, sua estrutura, seu funcionamento, desenvolvimento, evolução, relação com o comportamento a mente e também suas alterações.
Neurocientistas são pessoas que atuam fazendo pesquisas em neurociência. A formação se dá a nível de pós-graduação; não há graduação em neurociência, por isso neurocientistas podem ser biólogos, biomédicos, médicos, psicólogos, físicos, matemáticos e administradores, mas uma base sólida em ciências biomédicas é de grande valia.
Fonte:
http://www.cerebronosso.bio.br/o-que-neurocincia/
Iniciei meus estudos autodidáticos em neurociência no ano de 2008, após participar de uma palestra motivacional com um neurocientista aqui em Curitiba, a empolgação foi tanta, que no outro dia eu já estava com livros, revistas e artigos científicos sobre o assunto em mãos, comecei então uma série de pequenas experiências, que resultaram em mudanças fantásticas na minha vida e o início de uma "Cultura Interior" baseada na relação entre fatores fisiológicos do cérebro e os meus comportamentos.
O nosso SNC - Sistema Nervoso Central está distribuído na coluna vertebral e principalmente no cérebro, é lá que são formadas as redes neurais, assunto que vou focar nesse artigo.
Conforme mencionei nos textos anteriores, somos criados em uma sociedade em que o Ego precisa necessariamente estudar, se especializar, ganhar dinheiro, constituir família e adquirir bens, mesmo se não queremos ou gostamos do que fazemos para conseguir isso. Estes moldes externos são empurrados cérebro a dentro através de associações até concretizarmos aquilo como verdade suprema, exemplo de associação: "Enfiiar o dedo no bolo de aniversário do irmão mais novo = levar um xingão e uma careta da Tia = Conversaremos mais tarde = castigo = Ruim" por isso não vou mais fazer isso (rs).
O cérebro constrói todos os conceitos através de memórias associativas, outro exemplo: Algumas pessoas têm o amor ligado a decepção, dor, mágoa e raiva, porque vivenciaram experiências que geraram estes sentimentos e acabam relacionando-os a própria pessoa do relacionamento, é bem comum agirmos nos relacionamentos atuais da mesma forma como em namoros passados, sem levarmos em consideração que as pessoas são muito diferentes.
E quando temos aquela impressão que a vida perdeu a cor, tanto faz como tanto fez...Aquela sensação de que estamos virando máquinas capitalistas sem sentimento, trabalhando demais e aproveitando pouco, ligados no piloto automático... O que acontece é que quanto mais fazemos as tarefas da mesma forma, mais as redes neurais são reforçadas, até atingirmos um patamar em que criamos um "atalho" como aqueles do computador que colocamos na área de trabalho para não precisar percorrer todo o caminho " Meus documentos > Facul > 5 Semestre > Relações Interpessoais", muito mais ágil.
Até chegar em um momento da nossa vida em que um especialista nos informa que realizamos de forma equivocada tarefas primárias como respirar e comer, e isso desencadeia uma série de consequências em todo o organismo, imaginem como agimos em tarefas mais complexas...
A forma com que o nosso cérebro vê as coisas é muito diferente dos nossos olhos, estamos o tempo todo enviando impulsos elétricos que significam algo, acionam a área destinada aquele assunto comunicando o que aconteceu, está acontecendo ou poderá acontecer.
A seguir vou escrever os passos que segui para aplicar os conhecimentos em neurociência na minha vida, as dificuldades que enfrentei o que fiz para resolver e descrevo diálogos interiores avançados com meu Ego.
Auto-Diagnóstico:
Durante as experiências que tive com expansão de consciência através da *Ayahuasca, pude diagnosticar quais eram as grandes redes neurais que eu havia criado no meu cérebro,vícios, costumes, pré-conceitos e coisas que eu fazia constantemente a um bom tempo mas nunca havia parado para pensar criticamente, fui então organizando estes assuntos por nível de prioridade para procurar resolver um a um.
Dificuldade: Olhar para dentro é muito difícil, mesmo através de meditação e outras técnicas espirituais avançadas, algumas pessoas levam muitos anos para atingir um nível consideravelmente bom de introspecção, a ponto de perceberem detalhadamente estas redes neurais, no entanto com a Ayahuasca, é tomar e atingir.
Dissolução das redes neurais prejudicias:
A Ayahuasca teve um papel muito importante para eu iniciar a dissolução destas redes, mas como o efeito dela é passageiro e temos que tocar a vida depois das experiências, comecei então o combate e policiamento das minhas atitudes, realizei alguns cortes comportamentais drásticos em alguns casos e em outros tive que iniciar um processo de reeducação. Essa fase foi muito difícil, pois o meu organismo estava acomodado com aquela vida e de repente recebeu um balde de água fria, teve que se mexer e adaptar-se a um novo padrão.
Foi nesse momento que iniciei um processo de negociação com meu Ego. Ele alegava que antes da minha expansão estava tudo bem, nos divertíamos (rs) tínhamos poucos limites, e sem hora para chegar em casa e agora eu estava sendo muito cruel, colocando ele de castigo no quarto escuro, foi comovente, mas tive que discordar mostrando que ele estava precipitado em muitas coisas e desta forma estava nos prejudicando e caminhando em direção a escuridão e o meu objetivo não era penalizá-lo, mas sim mostrar novas possibilidades que a princípio seriam baseadas em sacrifícios, mas no futuro beneficiaria a nós dois. Tive bastante dificuldades nestes processos de reeducação, mas fui descobrindo métodos para facilitar o trabalho, o mais importante deles considero este:
Criar uma cultura de vitórias através de pequenos atos:
"De grão em grão a galinha enche o papo" , "Comer pelas beiradas" e outros ditos populares sintetizam o que quero dizer, na prática comecei a exercitar através de pequenos atos, o ser bem sucedido, ser feliz e o valorizar. Nessa época eu havia acabado de me mudar para uma pensão estudantil, onde não tinha muita privacidade, as outras pessoas que moravam lá eram estranhas, eu tinha que lavar minha roupa no tanque, fazer a comida, limpar o quarto... etc, tarefas difíceis para um Ego chocado e que havia acabado de sair da mordomia da casa de um parente aonde eu tinha roupas lavadas e passadas, comida quentinha na mesa, internet e tv de 50 polegadas, comecei então a entender que: Apesar de eu ter um quarto pequeno, eu tinha um quarto, ter que lavar minhas roupas no inverno e no tanque, não era tão ruim assim, pois elas logo secariam e estariam prontas para eu usar, nada melhor que pesquisar novos pratos e fazer experiências, mesmo que hora ou outra a cozinha corresse risco de explodir (rs). Fui desta forma ampliando as minhas conexões neurais, mostrando ao Ego que ainda assim poderíamos nos divertir e o que antes era um sacrifício, se tornou uma oportunidade para eu treinar o que estava estudando na teoria, fui percebendo a felicidade, o sucesso e a paz em pequenas, mas consecutivas vezes, como se estivesse educando um bebê que mais tarde se tornaria em uma felicidade muito maior.
Ampliar as possibilidades:
Da mesma forma que criar uma cultura de vitória e sucesso a partir das pequenas coisas, ampliar o campo de possibilidades é muito importante, constantemente faço coisas diferentes, como ir trabalhar seguindo trajetos diferentes, variando a forma de locomoção, conversando com pessoas diferentes, provando novas culinárias, surpreendendo pessoas, um corte de cabelo novo, roupas diferentes, leituras variadas, enfim tudo que foge do convencional e de preferência não ultrapasse os limites legais (rs)
Fazer a manutenção:
Como está escrito no livro "Sun Tzu" que recomendo, quanto mais alto se está na montanha, mais forte bate o vento, a queda é mais grave, no entanto o visual é cada vez mais pleno, fazer a manutenção significa aparar as arestas, arrancar o mato que cresce no canteiro e olhar para o futuro, durante algumas vezes eu acabei esquecendo de fazê-la, e as consequências foram ruins. Por mais que conseguimos evoluir psicologicamente, existe sempre uma força nos puxando para trás, para retroceder, e a única maneira de continuar a evolução é continuar os trabalhos interiores, olhar para cima e manter o objetivo.
A neurociência na minha opinião é um caminho pavimentado para se obter o auto-conhecimento, haja vista os estudos realizados que comprovam a co-relação entre fenômenos fisiológicos e comportamentais do ser-humano, sendo assim creio que as pessoas que objetivam desvendar os segredos do mundo interior devem dedicar-se aos estudos sobre este assunto.